domingo, 12 de abril de 2015

E é isto

Domingo à tarde, aqui estou a fingir que trabalho na tese. Estou aqui e na verdade quase parece que não teria um lugar melhor para ir. Estou sozinha. O Diogo com o pai. A Sara com o pai. Chorou. Anda numa ansiedade - pergunta ao pai, pergunta-me: à noite estás cá? Vai ouvindo que sim.

Mas a mim parece-me que está quase a ouvir não. É uma chatice, a separação é uma chatice. Uma tristeza só, uma canseira.

Mas estou farta de viver sozinha e com P. ao mesmo tempo. Estou farta de "amigas" ("é normal uma pessoa ter amigos"), de evasivas, de massagens. Estou, sobretudo, farta de estar sozinha e ainda ouvir bocas - da hora que chego, do que comemos, da casa de banho que está ocupada.

E trato da roupa, e trato da loiça.

Não percebo onde falhei, não percebo como cheguei aqui, a este velho cliché da "mulher-empregada de limpeza", da "casa-hotel", onde sua excelência faz o que bem entende e eu não faço nada de jeito e ando para aqui sozinha. E ainda telefona a dizer que quer ser meu amigo - ora essa, podia ser meu amigo agora!

Ahhhh, mas isto vai mudar, isto agora só pode mesmo melhorar.

Escrever aqui é uma espécie de compromisso comigo. Um memo para não voltar atrás.

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