meu amor pequenino, minha querida ervilha, semente, gota d'água
Hoje tive a certeza de que estamos a começar a nossa viagem juntos, nesta terra e neste momento, porque se calhar já nos conhecemos, já dançamos a vida há que vidas. Que sabemos nós?
De tanto esperar já quase perdi a esperança, a candura, a inocência. Depois de ter nascido o teu irmão, no longínquo ano 2000, já fiz dezenas de testes de gravidez.
3 deram positivo.
O primeiro, em 2002, resultou numa gravidez ectópica (fora de casa). Depois passaram 8 anos, 5 dos quais a enfrentar todos os meses a infertilidade.
O segundo, em Março deste ano, resultou numa "gravidez não evolutiva", num aborto, num pesadelo.
Tenho 38 anos. O teste que fiz hoje deu positivo. Se as minhas contas derem certas, o bebé nascerá em Março. Se Deus quiser, se correr tudo bem.
Sinto-me estranha, a pairar na irrealidade, ou na realidade. Decidimos desta vez não contar a ninguém para já. Festejar entre os dois.
Mas preciso reflectir e também preparar-me para o que aí vem: a minha vida a mudar, a mudar, a mudar.
Então vou fazer neste blogue o diário desta viagem, que faremos juntinhos, o mais juntinhos que dois seres humanos podem estar.
Serei honesta, mesmo que doa. Serei incoerente. Serei eu a coberto do anonimato.
Se vieres mudar a minha vida, meu amor, um dia partilharei contigo estas memórias.