quarta-feira, 12 de junho de 2013

Too short

Por estes dias anda tudo pequeno. 

Não é mau, até me parece bom. Mas é um bocadinho cansativo.

Curtas estão as roupas da minha Sara - as camisolas, as calças, os pijamas. Cresceu e é isso. Mas foi tão de repente que o meu bebé se transformou nesta menina que eu nem consigo respirar. Já consegue dizer o que quer e não quer, (quase) tirou as fraldas, veste-se quase sozinha e.....e eu tenho saudades de a apertar junto a mim tão pequenina.

Curtas estão as roupas do meu filho Diogo de 13 anos que hoje, ao despedir-se de mim de manhã me disse:
- Isto é violência, não queria dar-te este beijo. Bom! Digamos que sabe o que é violência, mas ainda foi ontem que me dava a mão para passar a rua e agora está mais alto que eu.

Curta sou eu para amar todos nesta família. Um de cada vez. Todos. E para me cuidar também.

Curta está a conta bancária que anda cada vez mais indomável.

Curto está o tempo que não estica.

Mas há o amor, ainda o amor, sempre o amor. Apenas o amor. E, como diz Helena Sacadura Cabral, é o amor que nos move. E nos estica até que o curto se torne bastante.

quarta-feira, 6 de março de 2013

O amor que guardamos

e não entregamos, perde-se?

Há uma amiga de trabalho que conheço faz 20 anos, nunca fomos muito íntimas, demos as nossas turras porque na verdade somos parecidas.

É uma das pessoas mais inteligentes que conheço, previu o pedido de ajuda internacional muito antes de tal me passar pela cabeça. É, também, muito negativa, por vezes, depressiva.

E hoje, quando a vi afastar-se reparei que está curvada e anda curvada e não sei, quase chorei ao ver como está envelhecida e sem esperança.

Quis tanto correr e dar-lhe um abraço. E não dei.

segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

weird stuff


Aconteceu-me uma coisa estranhíssima no Sábado, mas se calhar sou só eu que acho estranho.

Ora aqui vai:

Para aproveitar o solzinho resolvi levar a Sara (e o Diogo a reboque) ao parque. Chegados lá, caio na "armadilha do musgo", escorrego e magoei o joelho do costume que já está quase, quase a ir à faca. Até aqui tudo normal, chato, mas normal.

Mas o que me doeu à brava (ainda mais que o joelho) foi que das +/- 20 pessoas que estavam no parque infantil nenhuma perguntou se precisava de ajuda ou deu uma mão.

Nada, nadinha. Havia um homem a 2m….e foi o Diogo que tratou de mim e da irmã. Obrigada filhote!

Que se passa connosco afinal? Será que estamos profundamente doentes? É da crise ou é a crise?

Quando é que os seres humanos deixaram de ser irmãos?

E, de caminho, quando é que passaram a haver mais do dobro dos cães no parque do que crianças? Não é por nada, eu adoro cães e ainda vou ter um outra vez, mas nós somos gente, humanos.

GENTE, ouviram? PESSOAS! 

terça-feira, 22 de janeiro de 2013

Uma luzinha

Se acendeu na minha vida.

Descobri um espaço no facebook onde podemos falar de nós, de tudo de nós como mulheres, como irmãs. Podemos ser anónimas ou não. Estou tão feliz.

Talvez afinal as coisas se componham, talvez afinal as minhas dores possam ser úteis, ter um sentido, servir para ajudar alguém a viver melhor e mais feliz. Se uma irmã se sentir mais acompanhada, então já fez mais sentido passar tudo o que passou.

Reconheço-vos, encontro-vos, saudo-vos e começo a confiar um pouco mais na natureza perfeita do universo.

terça-feira, 8 de janeiro de 2013

sensualidade

o traço fino da caneta no papel,
o rasto da tua pele na minha
os corpos que se tocam na cama mas não avançam
sensualidade é promessa
o antes de tudo
o princípio, a antecipação
quando avançamos, preenche-se o vazio
aterramos vencidos
e esperamos de novo a fome.....