Sim, é isso que se passa em minha casa...tirando o sexo.
Acontece que eu fui educada num determinado padrão. A ser a mãe e dona de casa onde quer que estivesse. Nunca fui de me queixar de falta de ajuda. Sempre tive empregada, os avós ajudaram como puderam e eu fiz o resto - a organização das peças do puzzle, as compras, os telefonemas, a comida mais ou menos elaborada. Esse chinelo cabia bem no meu pé.
Mas isso era dantes, na outra casa, no outro casamento.
A coisa vem piorando desde que acabou a licença de parto e piorou ainda mais quando acabaram as 2 horas de amamentação. O Pedro continuou a trabalhar a meio tempo e vem ocupando todo o meu espaço natural de mãe e dona de casa.
É a definição de regras injustas e castigos ao Diogo que eu "engulo" mas não aceito.
É ter escolhido esta empregada pavorosa que me falta ao respeito, só faz o que quer e é incompetente. E manter com ela uma relação de amizade quando eu só quero despedi-la rápido. E combina dias de férias com ela sem sequer me perguntar, combina coisas com a mãe dele sem falar comigo.
É como se eu não existisse lá em casa. Por enquanto "faço as noites" com a Sara (o trabalho mais difícil e esgotante, claro) mas o resto do espaço está ocupado por sua ex.ª. E quando reclamo diz que sou uma "peixeira" e que se recusa a ouvir-me.
A minha reação é de afastamento. Fou fazendo os mínimos, mas passo pouco tempo com a minha filhota e parece que nada tenho a dizer quanto ao resto. O espaço está ocupado e não consigo recuperá-lo. E o pior é que sinto que a minha relação com os meus filhos está minada, ameaçada de morte.
Mas eu não consigo viver mais assim. A minha saúde ressente-se. A minha capacidade de trabalho reduz-se e não estou a conseguir aproveitar as oportunidades. Ando ansiosa, triste, voltei a fumar.
A separação parece a única solução. Rima, é verdade, é triste.
Não aprendi ainda a delimitar eficazmente o meu espaço, a defender os meus direitos sem briga e gritaria. Não sei fazer isso e viver sozinha parece o caminho.
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