terça-feira, 17 de agosto de 2010

Azia, enjoos e...solidão

Esta gravidez é uma prova de vontade e resistência. A questão física é pelo menos perturbante, deixei de me sentir válida e activa para me arrastar entre vómitos e azia. Não me apetece fazer NADA - Cozinhar, organizar a casa, nadinha. À noite, arrasto-me, de manhã disponho de 2 horas boas e depois azia e vómitos. Almoço ao meio-dia. Depois, 4 horas de paz. E à noitinha, vómitos e azia.
E a parte psicológica é muito dura. Tem duas vertentes - o medo e a solidão.
O medo é quase patológico. Também é natural. Depois de um "aborto retido" procuro maniacamente qualquer "diminuição dos sinais gravídicos", leia-se redução do inchaço das mamas ou do volume da barriga. Porque diminuição dos enjoos, vómitos e azia não pode ser considerada...só aumento...
E a solidão, bem. Durante a gravidez do D. fui mimada pela sua futura madrinha. Com atenção, perguntas, prendinhas, carinho, idas às compras. Agora não tenho ninguém. As minhas amigas estão noutro edifício e, agora, de férias. Do P. é melhor nem falar - está imerso numa onda de fanatismo religioso, incapaz de qualquer empatia comigo. Falo-lhe em azia e ele fala-me em recitar mantras. GRRRRRRRRR.....
A minha irmã, a minha mãe, estão nas respectivas ondas. Ontem ao telefone a minha irmã nem me perguntou como me sentia...
É uma gravidez triste, apesar da alegria de ir ter bebé. Mas como tenho medo que aconteça alguma coisa, essa alegria está...enevoada. E esta solidão é-me pesada.
Vou ligar à minha amiga C., quase uma irmã para mim. Talvez tenha um pouco de disponibilidade....

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